"Nós não somos seres humanos tendo uma experiência espiritual. Somos seres espirituais tendo uma experiência humana"

(Teillard de Chardin)

15 outubro 2016

Cubos de gelo


Imaginem se cubos de gelo boiando na água gelada tivessem consciência.

Haveria discussões sobre os diferentes formatos dos vários cubos.

“Nossas beiradas são mais fnas do que as suas” ou “Nós somos mais claros e mais simétricos do que vocês”.

Com o passar do tempo, essas discussões levariam a brigas, depois a guerras, e teríamos o equivalente ao que acontece aqui na Terra.

Mas, se aquecêssemos a água, todos os cubos de gelo derreteriam.

Os cubos das mais diferentes formas passariam a ser água.

A água sempre foi uma metáfora para o espírito.

Os cubos de gelo nunca tiveram uma existência independente.

Eles se originaram da água e voltaram a esse estado líquido quando aquecidos.

A essência do cubo de gelo era, na verdade, a molécula de H2O vibrando em um ritmo mais lento.

Quando o calor foi acrescentado, o ritmo de vibração aumentou e os cubos derreteram.

O tempo inteiro, sua existência foi uma ilusão. Todos eles eram apenas a molécula de H 2O, mera água, o tempo todo.

O que acontece se você continuar a aquecer a água?

Com o tempo, tudo vira vapor, fica invisível mas não vazio.

A molécula de H2O ainda está lá, mas, agora, vibrando em um ritmo extremamente rápido.

A água se torna vapor apenas por uma alteração de velocidade da molécula.

Nós sabemos disso porque, se você condensar ou esfriar o vapor, ele volta a ser água.

Se você continua esfriando a água, coloca-a em formas para fazer gelo e as põe dentro do congelador, depois de algum tempo terá cubos de gelo outra vez.

Esse é o ciclo.

Agora imagine que você continue aquecendo esse vapor.

Quando a molécula de H2O se divide, você tem partículas sub-atômicas, quasares, quarks e outros elementos desse tipo.

Portanto, até mesmo depois do vapor existem outros estados e, avançando ainda mais, eles se tornam indescritíveis pelos pensamentos ou palavras humanas.

Isso reflete a nossa própria natureza.

Aqui, nesses corpos terrenos, somos como cubos de gelo: vibramos em nosso ritmo mais lento, sólido e pesado.

O que acontece quando somos aquecidos?

Em nosso caso, o aquecimento não se dá com calor, mas com amor.

É isso que aumenta a nossa vibração a presença do amor incondicional, da capacidade de abrir nossos corações, de viver com empatia, compaixão, bondade e altruísmo. De ajudar os outros a atingir o seu potencial.

O equivalente aos cubos de gelo derretendo e virando água seria voltarmos ao estado de espíritos.

Nossa verdadeira natureza é a de seres espirituais.

Quando continuamos a aumentar a nossa vibração, o que seria equivalente ao vapor?

Seria o que quer que exista além do espírito – e ainda além.

O que significa que somos, sob esse aspecto, como cubos de gelo.

Temos muitas dimensões, e todas elas estão conectadas através do ritmo da vibração.

Podemos falar da existência de Deus e de planos mais elevados, mas não temos palavras ou compreensão para entendê-los por completo.

Esse é um dos motivos pelos quais é muito difícil responder à pergunta: “Por que Deus criou a Terra? Qual seria o seu propósito?”

Não temos como saber o que está acontecendo nessas esferas que são equivalentes às partículas subatômicas, na analogia do gelo.

O que sabemos é que estamos aqui e que somos a manifestação física dessa mais alta energia.

Nossa energia é o amor – não a molécula de H2O, mas o amor.

Nesse sentido, não precisamos saber todas as respostas.(...)

Mas o que realmente sei é que somos seres espirituais, cuja essência básica é o amor, a empatia, a bondade, a compaixão e o altruísmo.

São essas as ações e as atitudes que elevam a nossa vibração, aumentam a nossa consciência e nos tornam capazes de retornar àquele lar onde tudo é um e tudo está conectado.(...)

Ao entender isso, somos capazes de nos libertar daquilo que não é importante: fama, sucesso, reconhecimento, dinheiro, objetos.

Não carregamos nada disso conosco.

O que trazemos de volta são as lições que aprendemos e dominamos.

Trazemos de volta a abertura de nossos corações.

Não importa se não temos o entendimento completo de tudo isso no momento presente.

Nosso coração compreende em sua essência mais profunda, e ao seguir o nosso coração e a nossa intuição somos conduzidos de volta para casa.


(Extraído do livro “Milagres acontecem”, de Brian Weiss e Amy E. Weis - cap 8 - Vôo noturno)



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